sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

RELATO SOBRE O TÚMULO DE EMMA THOMPSON NO ENGENHO VERDE NASCE EM CEARÁ-MIRIM. POR GIBSON MACHADO.

O TÚMULO DE EMMA THOMPSON

"Minha filha Ana Lourdes (5 anos) vem pedindo para conhecer o túmulo de Emma há vários dias. Ela se interessou pela história da inglesinha depois de uma pesquisa feita para escola onde estuda (SECAT).

Pois bem, entreguei o material para que pesquisasse e fizesse as devidas anotações (Ana lê e escreve) sobre a lenda/história de Marcelo Barroca e Emma Thompson e desde aquele dia, ela vem cobrando a visita ao tão famoso túmulo.

Fiz questão de chegar ao local exatamente a tardinha quando o sol inicia sua saída crepuscular. Queria que Ana percebesse o que os enamorados presenciavam e sentiam quando se deslocavam para a colina todas as tardes. Ela estava encantada por aquela aventura no alto do oiteiro do Verde Nasce...certamente, uma experiência marcante em sua vida!

Eis a história da inglesa Emma:

Marcello Olympio de Oliveira Barroca era filho de Victor José de Castro Barroca (*) e nasceu em Ceará-Mirim no dia 16 de janeiro de 1856 e faleceu em São Gonçalo do Amarante.
Estudou na Inglaterra e lá conheceu a inglesa Emma Thompson nascida em 30 de novembro de 1854. Emma casou-se com Marcello e veio morar no Brasil, precisamente em Ceará-Mirim, no Engenho Verde Nasce.
Em 1880 Emma fica grávida de uma menina e, no dia 07 de fevereiro de 1881, quando está para dar à luz de sua filha, o parto complica e ela vem a falecer.
Marcello manda sepultá-la no ponto mais alto de uma colina na propriedade do engenho Verde Nasce, um lugar especial onde o jovem casal ia todas as tardes apreciar o pôr-do-sol que desaparecia à sombra do canavial. Tal atitude se deu porque a igreja não permitiu que sua esposa fosse sepultada no cemitério da cidade, uma vez que ela era de religião anglicana.
Seu túmulo foi mandado construir com proteção de grade de ferro vindas da Inglaterra e sua lápide foi confeccionada em Mármore de Carrara e trazia inscrito: “Sacred to the memory Emma - the beloved wife -Marcello Barroca. Born November 30 th 1854. Died February 7 th 1881”.
O casal teve uma filha que se chamou Emma Barroca em homenagem à mãe. Quando Emma completou 17 anos, em 03 de dezembro de 1898, casou-se com seu tio (viúvo) Apolônio Victor de Oliveira Barroca. Desse casamento nasceram 04 filhos, deixando descendência: Maria do Carmo de Oliveira Barroca; Jayme de Oliveira Barroca; Clarice de Oliveira Barroca e Maria de Oliveira Barroca.
Muito tempo depois, quando o Verde Nasce já não pertencia mais a família, começaram a surgiu histórias sobre as jóias que teriam sido enterradas com a jovem Emma e, também, começaram a surgir causos de assombrações em que a inglesa aparecia pedindo para que recuperassem aquele tesouro.
Ninguém sabe ao certo se a história procede ou se apenas são causos do imaginário popular. O certo é que o túmulo foi violado e, atualmente, restam os escombros do antigo jazigo. As grades de ferro e a lápide de mármore estão guardadas com os atuais proprietários do engenho.
O diretor da Fundação Nilo Pereira Waldeck Araújo tentou fazer a restauração do túmulo, no entanto, a proprietária do engenho solicitou que ele se retirasse do local e que ela não autorizava tal ação.
É lamentável um caso como esse porque todos esses anos a velha ruína ficou em total abandono, exposta às intempéries do tempo. Esperamos que os proprietários do Verde Nasce, principalmente àqueles da área onde está localizado o túmulo, tenham um projeto que o salve da total destruição, afinal, é um monumento que faz parte da historia daquela região e precisa ser urgentemente restaurado, quem sabe, com isso, a inglesa possa descansar em paz (e nós também!!). Deve haver uma forma de salvá-lo do total desmoronamento, seria interessante que o poder público o transformasse em patrimônio municipal".


(*) Avô de Nilo Pereira

Foto do túmulo de Emma e texto: Gibson Machado
http:gibsonmachadocm.blogspot.com

Foto do Verde Nasce: www.anpuhpi.org.br/congresso/anais/arquivos/ana_cristina.pdf

sábado, 11 de fevereiro de 2012

SEU MANOEL DO GELÉIA - POR GIBSON MACHADO POSTADO EM 26-01-2012.

PÁGINA DA SENSIBILIDADE DE UM MEMORIALISTA CEARAMIRINENSE CHAMADO GIBSON BARBOSA.

SEU MANOEL DA GELÉIA

Hoje ao entardecer, caminhava pela Rua Dr. Meire e Sá, quando encontrei com seu Manoel do geléia, pedi para que ele me desse um dedinho de prosa, pois tinha intenção de entrevista-lo para meus arquivos de memória da gente de Ceará-Mirim. Marcamos o dia da entrevista e eu lembrei que tinha apresentado o famoso doceiro, ao jornalista Sergio Villar, quando da entrevista para a Revista Preá, nº 20 – outubro/novembro de 2008.

Segue a publicação da Preá- nº 20 – pg. 61.

GELÉIA NA CABEÇA E DISPOSIÇÃO NOS PÉS

Andar três horas ininterruptas é cansativo. Com uma espécie de tabuleiro repleto de doce em cima da cabeça, a situação piora. E quando se é idoso, só mesmo com disposição e saúde. Essa rotina se repete durante 55 anos. Foi vendendo geléia de côco que Manoel Pereira dos Santos, 73, construiu e sustenta a família de seis filhos.

Antes o doceiro trabalhava no roçado. “Era mais leve”. Hoje, já durante a manhã ele raspa o côco na vasilha junto com o açúcar. O segredo para dar “o ponto” ele afirma ser a pedra úmida – uma espécie de pedra de sal. O côco na verdade, é o “carro-chefe” da produção totalmente artesanal. Mas Manoel Pereira diz que basta ter a fruta que ele faz o doce.

Às 14h ele parte com o tabuleiro na cabeça. Mais da metade é de côco. O resto dos sabores varia: goiaba, maracujá, mamão. Nem sempre o tabuleiro volta vazio. O doceiro reclama que a geléia já foi mais aceita, sobretudo nas feiras. Uma época mais doce, talvez. Mas seu Manoel não pretende parar. “Enquanto tiver em pé vou estar na rua vendendo geléia”.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

NESTA DÉCADA, VISITEI A EXPOSIÇÃO DO ACERVO DO DR. LOURIVAL BEZERRA, DE SAUDOSA MEMÓRIA E ESCREVI A RESENHA ABAIXO PUBLICADA NUM JORNAL. EI - LA!


HOMENAGEM A DR. LOURUVAL BEZERA
Lúcia Helena Pereira


Estive na abertura da exposição - “Memórias Fotográficas” - do Dr. Lourival Bezerra, pela passagem do seu 80º aniversário de nascimento. Vi, em tudo, um culto de amor, de fidelidade ao passado e de homenagem a um homem que se fez história, não só de ontem, mas para todas as gerações.
Foi com rica emoção que observei todo o preciso acervo deixado por ele e, meticulosamente guardado e catalogado pela amorosa filha, tal uma jardineira cuidadosa abrindo o seu jardim secreto, como oferendas a um altar. O altar da homenagem filial.
A devoção está em cada objeto exposto, em cada documento, mostrando toda a grandeza de um homem que se fez digno pelo seu caráter, pelos gestos de sua própria e inconsútil humanidade, pela bela trajetória de vida que Zelma Bezerra traz a público, com tanta satisfação.
Isso porque, trazendo para Natal e o Rio Grande do Norte tão vasto e consistente material, ela não estará apenas enaltecendo, mas permitindo-nos compartilhar de tão significativa memória. Memória alta, nobre, ao mesmo tempo humana e doce, como um símbolo, um brasão de honra a quem lhe orientou pelos caminhos da vida; a quem lhe incentivou a preservar o culto à família - a maior glória de todos nós - dando-lhe os roteiros para a valorização de tudo quanto possa enobrecer e elevar a criatura humana que lhe deu o rumo certo, a rota a seguir, a escada de equilíbrio, o sentimento de humanidade que alumbra os seus olhos.
É madrugada neste 23 de maio, uma quinta-feira que prenuncia o final de semana. Escrevi quatro longas cartas e esta sincera e comovida apreciação (como sempre costumo fazer diante dos “quadros” que me emocionam e fascinam). Penso em seu pai que se orgulharia da filha inteligente, mas ele está no céu, junto com as estrelas, recebido que foi pelos anjos, e agora, cantando louvores ao Supremo!
Resumindo a expressiva impressão que me ficou desse arquétipo de ser humano moral, social, político e familiar de Lourival Bezerra, somente Nilo Pereira para encerrar esta minha singela apreciação. Nilo, que se tivesse visitado a exposição teria escrito uma crônica absolutamente maravilhosa, em “notas avulsas” no Jornal do Comércio, Recife/PE. Por isso, recorro ao seu pensamento lapidar, quando disse: “Que se pode dizer de um homem? Ele é a síntese da humanidade. E nele estão todos os séculos. Por isso a história é o seu juízo. Impossível esquecê-la na interpretação da vida. Que diriam os homens de todos os tempos do homem de hoje? Talvez, o mesmo que dizemos deles. O julgamento histórico muda o tempo e o espaço, mas não muda a essência humana.”
Bem haja! Bem haja a esta filha dadivosa, a filha de Lourival Bezerra, que dela mereceu tão elevada honraria e do público que esteve na Capitania das Artes, naqueles dias, minha mais inconteste admiração.

Parabéns!

Lúcia Helena Pereira

AROMAS DA GRATIDÃO - POEMA DE LÚCIA HELENA PEREIRA.


AROMAS DA GRATIDÃO

Lúcia Helena Pereira


A minha gratidão tem um cheiro bem místico,
Cheirinho de pitanga, hortelã, cravo e canela,
Tem cheiro de amor, coração aberto, pleno, puro!

Os aromas da minha gratidão são muitos:
Mistura de rosas campestres, bambus, cactus
E flores de maracujá.

Sinto os aromas da gratidão,
E sua forma também:
Ora parece uma lua,
Ora tem formato de estrela,
Mas na verdade ela é, um lindo mar de opalina!

Os aromas da gratidão vêm de Nosso Senhor,
Cheiro de coração bom e misericordioso
Cheiro daquele olhar puro e tão leve,
Um cheirinho de mão que salva!

Mas a gratidão verdadeira tem cheiro de luz,
Luz que vem dos jasmins!

Os aromas da gratidão possuem nomes bem diversos:
Caridade, humanidade, solidariedade e amor!
Palavras e gestos que se eternizam,
Na hora de se salvar um irmão,
Esses sim, na verdade, são aromas verdadeiros.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

ENÉLIO LIMA PETROVICH - MISSA DE 30° DIA, ÀS 17: HORAS.


A ACLA INFORMA:

MISSA DE 30° DIA EM SUFRÁGIO DA ALMA DO SEU NOBRE SÓCIO BENEMÉRITO - ENÉLIO LIMA PETROVICH.

DATA: 06-02-2012 (HOJE)
HORA: 17: H
LOCAL: CONVENTO SANTO ANTÔNIO (IGREJA DO GALO) NA CIDADE ALTA.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

UM POEMA PARA ESTE DOMINGO - LÚCIA HELENA PEREIRA.


BRINCANDO COM AS PALAVRAS
Lúcia Helena Pereira

Quero brincar com as palavras dos seus versos úmidos
E escorregar numa gangorra de lírios e flores.
Brincar com todas as exclamações escravas
E rimas livres do recôncavo melhor de um poema!

Quero saltitar entre dunas de sonhos
E gigantes de realidades bem azuis.
Aterrissar num lindo arrebol, iluminado,
Sem poeira e sem saudades...

Quero brincar com a sinfonia dos seus versos
Numa nota bem alta, aguda, estridente...
De sensações loucas, alucinadas,
Vazando de minha essencial melodia.

Quero, apenas, simplesmente tocar
Em sua macia e inconsútil pluma de emoções.
Escrever uma palavra pequena e bordar
Em pena d´oiro, as flores dos teus versos.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

GOSTO DE TROCAR FIGURINHAS COM ESSA ESCRITORA NOTÁVEL DA GRANDE NOVA CRUZ/RN - VIOLANTE PIMENTEL (OU ANA LIMA QUE VOLTA?).

PROCURADORA DE JUSTIÇA E ESCRITORA DAS BOAS,
SENTE-SE EMPOLGADA, EM PLENO VERANEIO NA PRAIA DE BARRA DE CUNHAÚ / RN, COM A LEITURA SOBRE UM DOS PATRONOS DA ACADEMIA CEARAMIRINENSE DE LETRAS E ARTES - ACLA - JUVENAL ANTUNES DE OLIVEIRA.

Violante Pimentel gosta de ler e escrever. É uma mulher extraordinariamente inteligente e culta, está constantemente
atualizada. E não abdica de um bom, endo, à sua cabeceira , grandes autores, os quais, de tão grande encantamento, enchem-lhe a alma de pensamentos que ela insere em seus próprios escritos, claro, aspeando-os. São relíquias dos escritores clássicos brasileiros e estrangeiros. Mas, diga-se, Violante é simplesmente neta da escritora e poetisa Ana Lima que deixou um lindo livro de poemas "Verbenas", que ela vai resgatar e editar. O livro encontra-se no acervo do IHG/Rn.
Desde que nos aproximamos temos trocado figurinhas o que, aliás, é um exercício maravilhoso.
Ontem ela mandou-me o email abaixo, após a leitora do "Inolvidável Boêmio" (Esmeraldo Siqueira), que aborda, unicamente, a inimitável figura do meu tio-avô, poeta Juvenal Antunes de Oliveira.

Vejamos suas impressões sobre o vate cearamirinense:

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"Querida Lúcia Helena,


Estou aqui folheando "Juvenal Antunes, o Inolvidável Boêmio", escrito por Esmeraldo Siqueira, em 1953. Sinto-me empolgada com o senso de humor que ele tinha, sua presença de espírito e a sua inteligência.
Seus autores preferidos, na literatura, foram Emile Zola, Gustavo Flaubert, Gui de Maupassant, Paul Bourget, Eça de Queroz Antero de Quental, Adolfo Caminha, Aluízio Azevedo, Raul Pompéia, Lima Barreto, Olavo Bilac e Raimundo Correia.
Era uma pessoa muito culta e com um senso de humor inigualável.

Estou rindo com essa passagem:

"De que me poderei queixar? Da vida? - Vou envelhecendo sorrindo, como sorri na Juventude. Por que não me casei? - Meu irmão Ezequiel casou-se duas vezes, uma por ele, outra por mim."

Gostei do prognóstico que ele fez para o meu tio-avô Nestor Lima :

"Liberdade! - Ilusão de muita gente!
Hás de casar um dia, certamente.
Como já não és moço, sendo velho,
Tua esposa será teu evangelho."

Realmente, tio Nestor casou-se já idoso, com Helena Cicco, sobrinha de Dr. Januário Cicco.

Um abraço.

Violante Pimentel"