sábado, 15 de dezembro de 2012

"SONHOS DE LÚCIA HELENA PEREIRA" - UMA CRÔNICA QUE POR ACASO ENCONTREI NO GOOGLE E JÁ LUTEI PARA SABER COMO ENCONTRAR QUEM FEZ ESSA POSTAGEM PEGANDO-A DO MEU BLOG.


LÚCIA HELENA

Sonhos de Lúcia Helena Pereira 

 Seria pretensão morar numa casa de campo na Áustria? Essa casa existe e vou me hospedar por lá, por uns tempos...através deste blog.
   Sempre acalentei o sonho de passar uma boa temporada numa casa de campo, em algum lugar da Áustria, tipo chalé, com janelas adornadas de flores! Pretensão? Apenas um sonho que a poesia da vida me emprestou e eu guardei comigo, para poder compor mais poemas e ouvir, ao cair da tarde, a música das esferas, em noites de encantamento e de poesia, quando os anjos cantam à nossa alma e tocam as suas harmonias em cítaras astrais! 

 A MINHA CASA DE CAMPO

 Lembro-me dos slides que um cunhado (de saudosa memória), passava em sua residência da Marinha, tanto em Natal, como em Nova Friburgo e no Rio de Janeiro. Vistas fascinantes  do Brasil e de outros países. Uma noite, enquanto ele passava slides de várias paisagens, uma, em particular, prendeu minha atenção. Dentro de mim, a minha voz interior falou: essa é a sua casa de campo tão sonhada!
 O fato é que jamais tive grandes ambições. Menina do interior, convivendo entre familiares e as "crias da casa"; vendo e revendo cotidianos cheios de amenidades omo as feiras de todo sábado; as festas juninas; as procissões; os cortejos dos "anjinhos" (crianças falecidas) em ataúdes cobertos com jasmim vapor (flor de aroma forte) e minhas lágrimas logo rolavam dos rios dos meus olhos. A cidadezinha pacata só entrava em rebuliço na época dos festejos pelo dia da padroeira - N.Sra. da Conceição - em Ceará-Mirim (terra onde nasci e simboliza o meu poema de amor). 
Lembro-me com emoção, das idas constantes com meu pai, aos engenhos Guaporé, Oiteiro, Mucuripe, à Usina São Francisco e à nossa Fazenda Santa Águeda... 
E recordo, com nostalgia, que já vai longe o tempo em que os familiares recebiam e retribuíam visitas. Um tempo proustiano, diria Nilo Pereira, o fato é que todos os dias a nossa calçada da casa-grande, na Rua Grande, enchia-se de gente e aos olhos de uma menina que despertava para a sensibilidade das coisas, era algo notável. Esse tempo ficou pregado na moldura de luz do meu coração e, quantas saudades sinto, até hoje!
Em Natal, na maturidade, numa de minhas idas ao sul, conheci um sítio no Rio Grande do Sul, onde havia um chalé maravilhoso, pelo qual me apaixonei e o seu dono, apaixonou-se por mim. Santo Deus, o homem era viúvo e pai de seis filhos e eu não tinha o menor talento, àquele tempo, para ser mãe de tão grande prole. Esse sítio, maravilhoso, perto da linda praia de Torres/RS, era o próprio paraíso: o chalé - bem no estilo europeu - arrodeado de flores, sobretudo hortênsias de cores variadas, os ricos pés de frutas (peras, maçãs, uvas e os morangos perfilando os caminhos e muitos dos seus galhos beijando os parapeitos das janelas). Havia a poética lareira, na sala principal; a chaminé, com sua fumaça formando desenhos na densidade do ar (o frio era intenso)... 
Uma paisagem para sonhos e para os que sabem sonhar. Lembro-me do córrego deslizando pelas pedras e a vegetação perfumada. Esse cenário enchia meus olhos de uma luz como jamais vi, como se fosse uma grande concha aparando as águas dos olheiros de minha infância no vale verde.
 Queria uma casa no campo. Uma lareira, jarros de flores, o chocolate quente ou chá, colher morangos e peras, ouvir a música dos riachos, o canto dos galos, e a sinfonia dos pássaros festejando suas harmonias, sob um céu de anil.
 O meu sonho concretizou-se nas belas viagens que a vida me permitiu e a internet, como uma grande e escancarada janela, continua a vislumbrar meus olhos.
 E eu ganhei essa casa de campo, de algum lugar da Áustria, junto com belas e inesquecíveis valsas, quem sabe? talvez um Capitão Von Trapp, da "Noviça Rebelde", me convide para minha velhice naquela casa de Salsburg, junto ao grande e rio e me ofereça um anoitecer feliz, onde andaremos de mãos dadas, tomaremos sopas de legumes, degustaremos frutas colhidas por nós e eu, feliz, recebendo o meu neto nas férias e vendo-o correr por aquele verde-azulado, e eu, correndo sobre suas pegadas. Sonhar faz a poesia da vida. E hoje o meu sonho sorriu, abracei-o, amei-o e ele correspondeu com ares de felicidade.

 Lúcia Helena Pereira
2009

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A PADROEIRA DE CEARÁ-MIRIM, COMO EM TODOS ESSES ANOS, TERÁ MUITAS FESTIVIDADES E LANÇAMENTO DE DOIS LIVROS: O DE JEANE ARAÚJO E DE BOB MOTA!!!

A  LINDA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, EM CEARÁ-MIRIM, JÁ ESTÁ TODA ENGALANADA PARA AS FESTIVIDADES DO DIA DA PADROEIRA DO VALE. UMA FESTA COMEMORADA AO LONGO DOS ANOS.
E NÃO PODERIA FALTAR, EM MOMENTOS TÃO IMPORTANTES DURANTE TODO O MÊS DE DEZEMBRO, AUTÓGRAFOS DE LIVROS COMO DE JEANE ARAÚJO DIA 05 E DE BOB MOTA DIA 06, A PARTIR DAS 17 HORAS. TUDO ISSO E UMA DIVERSIDADE DE EVENTOS E ENTRETENIMENTOS.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

JEANE ARAÚJO VAI AUTOGRAFAR SEU LIVRO NO PRÓXIMO DIA 30-11-2012, NA LIVRARIA NOBEL DE PETRÓPOLIS.

JEANE ARAÚJO

JEANE ARAÚJO É DE ACARI/RN. UM DIA FEZ UMA VISITA AO VALE VERDE CEARAMIRINENSE E POR LÁ FICOU, ONDE EXERCE O MAGISTÉRIO COM TODO SEU AMOR. CONHECEMO-NOS EM 2011, ATRAVÉS DO NOSSO QUERIDO PEDRO SIMÕES NETO.

E ELA VAI CHEGANDO DIA 30-11-2012, ÀS 17:30, PARA AUTOGRAFAR SEU LIVRO - "MONTE DE VÊNUS" (POESIAS), NA LIVRARIA NOBEL DA RUA POTENGI, 634, PETRÓPOLIS.

POIS QUE SEJA BEM VINDA!!!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

"MAIS COISAS SOBRE NÓS NOS ENSINA A TERRA, DO QUE TODOS OS LIVROS, PORQUE OFERECE RESISTÊNCIA" - EXUPÉRY.

N.SRA. DA CONCEIÇÃO, EM DIA DE FESTA, CARREGADA EM SEU ANDOR, PARA PERCORRER AS RUAS DA CIDADEZINHA ONDE NASCI. TÃO LINDA, CHEIA DE SUAVIDADE, PARECIA SORRIR!!!
MEU PAI, MINHA MÃE E AS CINCO FILHAS - (A SEGUNDA DE CIMA PRA BAIXO, É IRMÃ DA MINHA MÃE, CRIADA POR ELA, APÓS SUA ORFANDADE).
LEMBRO-ME DESSA SALA, DO VITRAL DA PORTA QUE EU, PEQUENINA, NÃO SABIA DISTINGUIR A COR: SE GELO OU DE UM VERDE CLARINHO. PARECE-ME, ATÉ HOJE, OUVIR AQUELE RÁDIO COM MÓVEL, QUE PAPAI LIGAVA LOGO CEDO. 
NO MESMO AMBIENTE, O CONSOLE COM PEÇAS DECORATIVAS, FOTOGRAFIAS NAS PAREDES, O PIANO DE CAUDA DO LADO ESQUERDO DA SALA, OS SOFÁS, O TAPETE MARAVILHOSO...
 
O RIO ÁGUA AZUL, COM SUAS ÁGUAS MORNAS, BEIJANDO O CANAVIAL E, ATÉ HOJE, CORRENDO EM MINHAS SAUDADES...

As coisas imprevisíveis sempre me chegam, como hoje bem cedo, antes das seis da manhã, quando uma prima de quem muito gosto me telefonou, já  na calçada do prédio onde moro e e anunciou: "vou ao vale, resolvi há pouco, vamos? a gente toma café por lá"...

Na estrada, mesmo com os vidros do carro fechados, eu sentia os aromas da linda manhã. As árvores perfilando os caminhos; aqui e ali uma acácia amarela; vez ou outra, aparecendo como vagalumes, lá estavam as palmeiras abanando-se com seus longos leques verdes.
Quanta emoção e nostalgia nessa viagem intempestiva, como tantas outras que já fiz, levando-me a instantes de rara beleza,  transportando-me a um mundo distante e tão próximo. Um mundo puro, sem dores ou preocupações, sem angústias...

Passeamos pela cidadezinha lobateana, um mundo imerso em história contando coisas ao nosso ouvido. A minha prima entrou numa rua por trás do cemitério e em poucos instantes resolveu o seu "assunto" (que não me interessou).

Depois voltamos à rua principal. Lá estava o Solar Antunes com sua fachada imponente, testemunha de uma cena silenciosa e evocativa, que guardo, no repouso das coisas que respeito, e cultuo, porque pertenceram aos  que vieram antes de mim.

Uma viagem breve, eu sabia, sem passarmos pelos engenhos (ou  lugares que existiram sem resistirem aos tempos) transformados em escombros...

Entramos no mercado e tomamos "café pingado" com pão assado e pamonha. E trouxemos brote e tapioca molhada no coco (uma cena que reportou-me à última viagem de Enélio Petrovich com Miriam ao vale verde, com várias escritoras, e paramos, já de noite, no mercado e comemos as mais deliciosas tapiocas)!

Fico por aqui aguardando mais uma ida ao vale verde, meu santuário sagrado, templo de minhas mais gratas recordações.

Neste momento agradeço a Deus. Parece que há uma janela eternamente aberta diante dos meus olhos. É por ela que eu contemplo, a cada dia, a hora litúrgica em que os meus pensamentos rezam,

Amém!

sábado, 13 de outubro de 2012

O IDOSO E O TRABALHO - JORNALISTA E ESCRITOR: PÚBLIO JOSÉ.




 Há tempos uma dramática situação se arrasta indefinidamente sem ter das autoridades e dos profissionais ligados à atividade uma resposta convincente ou alguma providência. Trata-se da questão que envolve o idoso e o mercado de trabalho. Pois, enquanto a Medicina e a Farmacologia trabalham ininterruptamente para alongar o tempo de vida dos mais velhos, deixando-os, portanto, a cada dia em melhores condições de saúde, o mercado de trabalho os estigmatiza e, na maioria das vezes, os pune com o não emprego, a não oportunidade, a não chance. Enfim, com uma rejeição desumana até – certamente “pelo excesso de dias”. Este segmento, que agregou ao longo do tempo conhecimento precioso e muita experiência, vem sendo deixado ao relento do processo de tomada de decisões na grande maioria das empresas, sofrendo, com isso, um corte profundo na auto-estima e uma desvalorização constante na renda e no estilo de vida. É hora, então, de se perguntar: existe explicação para isso tudo? Tem explicação para este processo que, mesmo lento, porém de maneira inexorável, vem infelicitando e ceifando vidas de milhares e milhares de pessoas ainda em boas condições de trabalho? Lamentavelmente sim. Num período que abrange os últimos 20 a 25 anos, muitas transformações ocorreram relacionadas ao mercado de trabalho, principalmente no Brasil. Passamos praticamente, até os anos 80, por um regime de reserva de mercado no qual as empresas, na maioria dos casos, não se preocupavam muito a quem vender nem com a qualidade do que produziam. Na realidade, elas tinham muito mais pessoas interessadas em comprar do que a capacidade que elas tinham de produzir e de vender. Era um tempo de economia fechada ao mercado externo e de grande esforço exportador para gerar divisas necessárias ao pagamento da dívida. É bem verdade que o pleno emprego não havia, mas as entradas e saídas de funcionários eram mais lentas, gerando, com isso, um “turn-over” até saudável. Portanto, era natural a permanência dos profissionais durante um longo período nas empresas, com a conseqüente valorização dos mais antigos. Com a abertura dos mercados, no início dos anos 90, a realidade mudou radicalmente. A concorrência aumentou, as empresas nacionais passaram a ter acesso ao “modus operandi” das multinacionais, pelo fluxo internacional que se estabeleceu, e pelo qual tinham de reciclar e treinar rapidamente seus quadros, colocando para fora os que não se adequassem às novas tecnologias, uma febre de renovação varreu as empresas – e aí os mais antigos dançaram. Foram prejudicados não só pela obrigatoriedade rápida de atualização, mas – e principalmente – pela necessidade imediata que surgiu de se economizar nas folhas de pagamento. O negócio, então, era trocar o funcionário mais antigo, portanto mais caro, pelo mais jovem, de exigências salariais mais condizentes com a ocasião e com maior capacidade de aprendizagem da informática e de um novo idioma. Em seguida veio a globalização, sistema pelo qual os países que tinham maior capacidade de produzir mais e melhor a preços mais baixos ganhavam mais e mais mercados. Aí o peso dos custos sobre a folha de salários passou a ser ainda mais preocupante. Essas novas condições de mercado criaram um paradigma ainda mais forte relacionado aos idosos, pelo qual pessoas com idade entre 40 a 50 anos foram taxadas de velhas para muitas das atividades, enquanto as com mais de 50 anos passaram à classificação de idosas e até de ultrapassadas e obsoletas. Na outra ponta da questão, os progressos da ciência vieram acentuar a vida útil dos seres humanos, ampliando assim, cada vez mais, o conteúdo paradoxal dessa realidade. Tem saída para esse difícil contexto? O melhor remédio, para alguns entendidos no assunto, tem sido o de cultivar, no ambiente de trabalho, uma postura que venha aliar a juventude à experiência, empregando jovens e mais velhos de acordo com o direcionamento de mercado adotado por cada empresa. Esse, portanto, é um caminho que tem todas as condições de recuperar a auto-estima das pessoas, além de criar um ambiente de trabalho saudável e motivador. No entanto, se faz necessário, para o atingimento desse objetivo, a quebra de todo e qualquer preconceito. Do contrário, a empresa passa a ser uma cultivadora de paradigmas, se tornando, logicamente, inabilitada para implementação de programa de tal natureza. Pelo que se vê, tudo se resume a colocar um pouco de coração no planejamento e na administração das empresas, sem desgrudar os olhos, é claro, do faturamento. Dará certo? Aí a resposta fica com o tempo.


Públio José - jornalista (publiojose@gmail.com)

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

CHIQUINHA E BILILIU, MINHAS COMPANHEIRAS DOS IDOS DA INFÂNCIA, POR ONDE ANDARÃO?



MEMÓRIAS DA INFÂNCIA
Lúcia Helena Pereira



 Eu tinha cerca de dois anos e meio, quando iniciei, por exigência de mamãe, aulas de alfabetização com Valdinha (Valdecir Vilar de Queiroz Soares). Que doce e suave presença humana em minha vida! Sua casa cheirava a flores. De longe sentíamos os aromas do seu jardim - um verdadeiro éden - espargindo dos cravos, dálias, jasmins, rosas, bogaris, resedás, margaridas e outros espécimes vegetais que enchiam meus olhos desse encantamento. Na casa branca havia um terraço adornado com um conjunto de cadeiras de ferro; jarros com beijos de várias cores; a cisterna (provocando-me uma sensação indizível) cortejada pela poética sombra de um caramanchão, cuja trepadeira exibia em seus galhos, pequeninas e mimosas rosas. Relembro as árvores do quintal: os pés de carambolas, laranjas da terra, pitangas, maracujás (imiscuindo-se nesse reino e acasalando-se com a exuberante trepadeira). Ainda ouço, como se fosse hoje, a cantiga das cigarras envaidecidas seduzindo aquele cenário! Ao sair da aula, diariamente, lá estavam em minha casa, as minhas companheiras dos dias distantes da infância: Chiquinha e Bibiliu. Suadas e esbaforidas, com os cabelos arrepiados, logo anunciavam roteiros magistrais (que causariam inveja em Monteiro Lobato), num palavreado delicioso (pareciam anjos com suas trombetas): “Luça, tu nim sabe qui vimo um sapo seco e isturricado. Tava virado de papo pra riba, pertim da arvre da isquina do berro (a esquina da minha casa, onde um carneirinho apartado da cabra berrava, em dilacerante mágoa). O danado do sapo tá é dando siná de coisa rim, vombora logo interrá o bicho nojento, mode num pegá rindade im nós...” Elas deveriam ter entre cinco a seis anos (pareciam gêmeas). Eram alegres, criativas, sempre satisfeitas, irradiando felicidade (de onde viria a felicidade dessas humildes criaturas, que amanheciam e anoiteciam em nossa casa?). Muito astuciosas (longe dos olhos de mamãe e de Babá), certa vez apareceram com massa crua de pão e fomos para o quintal da minha casa. Lá, elas fizeram bonecos e bichinhos, utilizando caroços de frutas para fazerem os olhos e outros detalhes. Estavam “com a mão na massa” quando surgiu o dono da padaria (“c´as venta inguá os bueiros do ingenho baforando fumaça”) - segundo Bililiu. Estava diante de nós o dono da padaria que foi logo narrando o acontecido: “São essas duas espevitadas, senhor Abel e dona Áurea, mal tive tempo de impedir que me levassem boa porção de massa, logo deram no pé. São umas pestes, não deviam deixá-las com a filha de vocês...” (desabafou irritado). E papai, com a sua peculiar bondade, lhe disse: “Ora meu caro, são apenas crianças, pagarei os prejuízos..." Mamãe me proibiu de brincar com as meninas durante uns dias restringindo-me ao lazer com a mana Iara e algumas primas. Depois lhe pedi que mandasse buscar minhas amiguinhas. No dia seguinte, ao sair da aula, as minhas tristezas foram recompensadas com a chegada barulhenta das diletas companheiras, que, alheias às humilhações sofridas anteriormente traziam uma euforia contagiante: “Si Luça subesse, conto a gente brincô! Cumemo bolo de fubá na casa de dona Rosinha, a moça véia da Ingreja, que deu retaios mode nóis fazê vistidim pras bunecas. Fizemo de chita, de fustam, de bolinha e preguemos inté butão de ôro. Fumo vê armá o circo qui tinha girafa, lião, trigue, macaco e vimo os povo si pindurando n´aquelas corda cum tárbuas in tempo de cairim” (eram os trapezistas Mascotinha e Roger ensaiando para se apresentarem no circo Nerino). Impregnada das emoções daquelas novidades, essas “cenas” me pereceriam, hoje, ilustrações de um livro, do escritor Louis Carrol, deixando-me penetrar, a cada instante, no reino encantado das maravilhas de alguma Alice. Eu tinha esse mundo em minha cabeça e em meu coração. Vivia-o com intensidade, sempre distante dos rigores de minha sábia mãe e dos olhares de Babá (Regina Dias). Num desses dias de chuva forte (o vale ficava carregado de nuvens choronas), elas chegaram como presenças ensoloradas, sorrindo, pinotando, cantarolando e alegrando o ambiente. Traziam, com orgulho ímpar, um cachinho de flores “fisgado” dos jardins espalhados pelos caminhos. Bililiu, bem mais falante, fez uma leve vênia e disse: “Florinha mode Luça infeitá seu artá” (um oratório que mamãe colocara em meu quarto e de Iara, onde a imagem de Nossa Senhora da Conceição se destacava). Depois, foram tirando da mochila de pano que sempre traziam com elas,  papel prateado (que revestia as carteiras de cigarros). Com esses papelotes elas colavam uns nos outros (a cola era artesanal, feita em casa). Ao secarem, davam um acabamento nas bordas brancas, com anilina de cores variadas (da caixa de trabalho de mamãe) e estavam prontos os colares. Dias depois, quando as chuvas saíam de férias, ficávamos no calçadão da minha casa, sentadas em tamboretes da cozinha para vendermos os colares. Elas imploravam: “Compre um colá que é do Rio de Janeiro: esse roxim e esse azuzim custam um tustãozim, o de prata é doistões. Cheque, se avexe, compre ó meno um...” No final da tarde, os colares estavam amassados e desbotados e o humilde comércio, logo falido! Eram brincadeiras inocentes, sem nenhuma malícia. Falando nisso, um dia fomos à casa de dona Amélia Barroca, perto da linha do trem, na mesma rua em que morávamos. Ela vendia as mangas rosas mais belas e perfumadas, enfurnadas num baú de madeira. Logo na entrada viam-se vários pés de malícia que Chiquinha e Bililiu cantavam: “Sai malícia, teu nome é priguiça, vai drumi n´outo pasto qui aqui ocês num tem vez!” E dona Amélia abria um sorriso largo e nos abraçava dizendo palavras carinhosas e presenteando-nos com as saborosas mangas. Que terna lembrança dessa boa senhora! Creio que Chiquinha e Bililiu continuam brincando, em algum lugar, trepadas em mangueiras, goiabeiras, assobiando como os passarinhos, olhando os circos e fazendo figurinhas com massa crua de pão. Onde estarão? Como reencontrar esses “mitos” da infância? Essas vozes que acodem-me em momentos de contemplação e de poesia?
 “Arre, Luça, tás pirigando pegá catapora de nóis. Ramo vê cumo vai ficá se coçando, cum a cabeça duendo e os óios pegando fogo cumo brasa. Mai tem que ficá na cama e tumá bain cum fôia de sarsa isquentada, mode muxá as boinhas"(bolhinhas) dizia (Bililiu).
  “Eu num digo nadim e só vô alertá uma veiz, pra num dizerim qui sô rim: o tá de Zeca qui mora pertim do cimitero anda vendo arma de tudo que é gente. Ele viu arma inté do finado Suares. E cumo é qui uma arma doutro canto vem isbarrar pur essas banda? Vomboro usá figa mode afastá essas arma. Tô inté tremendo cumo vara verde e num duvidio qui esse cundenado vem pegá in n´eu hoje de noite!” (dizia Chiquinha, nervosamente, na sua ingenuidade). 
 Essas palavras ressoam em meus ouvidos, como sinfonias diletas.
E quanta saudade sinto!!!


Lúcia Helena Pereira

Nota: Fiz questão de usar a linguagem delas.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

DEPOIS DA EXPOSIÇÃO NA FJA, SUZANA E EU FOMOS AO DOUCE FRANCE. NOITE AGRADÁVEL, MOMENTOS FELIZES.

NO DOUCE FRANCE ENCONTRAMOS OS AMIGOS: MARICÉU E MARCÍLIO DIAS DE OLIVEIRA. A NOITE FOI CURTA PARA TANTAS E BOAS RECORDAÇÕES DA NOVELA "GABRIELA" COM SEU BATACLAN TÃO FREQUENTADO! MAS ESSES AVÓS SÃO CORUJAS COMO EU E NEM SEI DIZER QUEM É MAIS APAIXONADO PELA NETINHA ISABELLE, SE MARICÉU OU MARCILIO!
 
E CHEGA IVEN BEZERRA A RECORDAR COISAS DE SANTA CRUZ/RN! DEUS DO CÉU, ELE VEIO COM UMA BAGAGEM SENTIMENTAL RIQUÍSSIMA, INCLUSIVE DE SUA AVÓ, QUE FOI A PRIMEIRA PROFESSORA DO LUGAR!!! SUZANA, ESCRITORA E LOGO UMA POETISA, ENCHEU-SE DE TERNURA.
 
LÁ PELAS 21:30 CHEGA BETUCA (ALBERTO), COM O SORRISO FARTO, A DELICADEZA E LOGO FAZ OS CLIQUES PARA O BLOG DO DOUCE FRANCE, ALÉM DO CORDIAL CUMPRIMENTO A TODOS.
 ABRAÇA SUZANA POR QUEM NUTRE GRANDE TERNURA E ELA SE DERRETE NOS BRAÇOS DO NEGO!
 
OS ESCRITORES COM SEUS LIVROS, FAZEM A LITERATURA NOTURNA:
SUZANA GALVÃO E ZÉ DUDU VILAR
E OS MEUS BONS AMIGOS TÊM UMA FILHA, LARISSA MARINHO - PHOTOGRAPHY - COM EXPERIÊNCIA NO EXTERIOR. JÁ MORANDO EM NATAL, CRIOU SEU PRÓPRIO SITE:
www.larissamarinho.com.br (contato: 84 8866 6989
APROVEITEI  OPORTUNIDADE E CRIEI UM MOMENTO DE AUTÓGRAFOS PARA SUZANA. E DEU CERTO. TALVEZ FAÇAMOS O MESMO NESTE SÁBADO, NO
MIDWAY MALL, LÁ NO SANTA CLARA.
 
SUZANA JÁCOME GALVÃO, A MOÇA BOA, MUITO CORRETA, QUE TANTO AMA SEUS DOIS FILHOS, TENDO JOÃO VITOR INSPIRADO CUIDADOS MAIORES ULTIMAMENTE, COM A SAÚDE. QUE DEUS O PROTEJA E ELE FIQUE DEFINITIVAMENTE CURADO.
ZÉ DUDU NÃO DEIXOU POR MENOS E FOI PEGAR DOIS DOS SEUS LIVROS NO CARRO E OFERECEU-OS A MIM: "AGORA OS ÍNDIOS SOMOS NÓS" - LIVRO DE CRÔNICAS SOBRE VÁRIOS ASSUNTOS, QUE TEREI O PRAZER DE LER. O OUTRO FOI AUTOGRAFADO HÁ POUCO TEMPO: "JORNALISMO AMBIENTAL"
ZÉ DUDU - JOSÉ EDUARDO VILAR CUNHA
PROFESSOR DA UFRN/ ENGENHEIRO MECÂNICO/ JORNALISTA E ESCRITOR

MARICÉU, MARCILIO, LUCIA HELENA E SUZANA

sábado, 8 de setembro de 2012

MENSAGEM EVOCATIVA DA ESCRITORA E MEMBRO DO IHGMA - DILERCY ADLER, SOBRE SUA VISITA AO PALÁCIO DOS LEÕES, EM 07-08-2012..

DILERCY ADLER

Prezada Presidente, Telma Bonifácio, Prezados Confrades e Prezadas Confreiras,

Atendendo à solicitação da nossa Presidente do IHGM, compareci (hoje, dia 07/09/2012), ao coquetel, em comemoração ao aniversário de São Luís, oferecido pela Governadora do Maranhão, no Palácio dos Leões.

Como o Palácio do Governo do nosso Estado é belo! Claro que eu já o conhecia, mas ao revê-lo todo iluminado, salões abertos relembrei de como é belo!! A Praça Dom Pedro II também, com todos os seus prédios iluminados me fizeram retornar à infância e relembrei o grande e belo desfile estudantil de há 50 anos, quando eu, com 12 anos, desfilei à frente de toda a Escola Normal juntamente com o seu Ginásio (o Ginásio Estadual de Educação). Eu vestida com a minha Farda de Gala levava toda a Escola com seus muitos alunos. Não me lembro da quantidade exata de alunos. Sei que toda a escola desfilou à frente do Palácio, onde na sacada principal estavam as autoridades do Governo, à época.

Hoje, à frente do Palácio teve uma belíssima apresentação do Coral São João, a seguir no Jardim do Palácio (Para quem não sabe, fica atrás do prédio do Palácio. E é famoso por sua inigualável beleza e vista panorâmica que dele se descortina para a Bahia de São Marcos, que tem suas ondas lançadas em ritmo cadencial à forte murada de pedra construída pelos escravos - a nossa Beira-Mar).

Finalizando, gostaria de, através desta mensagem, cofirmar a minha ida ao Palácio dos Leões e também relatar a emoção despertada no tempo que lá fiquei!

Saudações Gonçalvinas,
Dilercy Adler

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

MENSAGEM DA GRANDE ESCRITORA E MEMBRO DO IHGMA, DILERCY ADLER.

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO.
 
DILERCY ADLER

Queridos Frei Zacarias, Profa. Angélica, queridas Coordenadoras e professora, queridos alunos da EPFA,

Quero agradecer em meu próprio nome, em nome dos promotores do Projeto "Mil Poemas para Gonçalves Dias", em nome do IHGM, em nome do IHGC, o carinho, o engajamento total e irrestrito que a Escala Paroquial Frei Alberto vem dedicando ao Projeto "Mil Poemas para Gonçalves Dias".


Essa dedicação é notória desde o início do Projeto. Desde o primeiro contato estabelecido a EPFA abraçou o Projeto:

- Iniciou o trabalho na sala de aula envolvendo os professores e os alunos em pesquisas e produções das poesias (como resultado das pesquisas encontraram e divulgaram para todos nós, a grande surpresa de que, em 1958, o samba enredo da Mangueira, foi a "Canção do Exílio de Gonçalves Dias");

- promoveu a seguir um evento para a divulgação dos trabalhos desenvolvidos na própria Escola. E na ocasião, além das declamações dos alunos, apresentaram artisticamente, as poesias num mural, e a Louvação a Gonçalves Dias foi encerrada ao ritmo da Samba da “Canção do Exílio”, com um lanche e muita alegria por parte dos presentes;

- Ontem (05/09/2012), no Palácio Cristo Rei, integrando a Programação do Projeto "Mil Poemas para Gonçalves Dias", dentro da Programação do Seminário de encerramento dos Ciclos de Debates, sobre a fundação de São Luís, promovidos pelo IHGM foram apresentados aos presentes os trabalhos da EPFA em homenagem a Gonçalves Dias (declamação de poesias por alunos e uma professora e a apresentação do samba enredo da Mangueira). O resultado foi como sempre, além do esperado pois, além do brilho da magnífica apresentação, todos (desde o diretor) foram vestidos com a camisa do Projeto “Mil Poemas para Gonçalves Dias”, com uma bela foto de Gonçalves Dias. Detalhes que mostram a dedicação que a EPFA (através de todos os seus segmentos) vem dedicando ao Projeto.

Esse belo exemplo me remete ao meu livro TINKUY (e do poeta peruano, Feliciano Mejía, que deu nome ao livro), cujo nome significa “acumulação de forças”, que na língua antiga dos INCAS- significa, de modo geral “Encontro” e ainda o TINKUY é uma das três partes do tempo andino (que é circular e não linear), assim representados: o Paikiki, o Sapo; o Paichakuti, a Serpente e o TINKUY, o Puma, que é o limite de acumulação dessas forças. Assim, neste encontro do Projeto "Mil Poemas para Gonçalves Dias" com a EPFA se produziu uma acumulação de sensibilidades e nas palavras de Feliciano Mejía, que agora faço minhas também:

“Mientras tanto El Sapo, El Puma y La Serpiente singuem danzando em América Del Sur.
Y yo contento grito:Evohé!!!”

Que mais TINKUYs aconteçam em nossas vidas, em nossa São Luís, no nosso Maranhão, no nosso Brasil, na nossa América do Sul e no nosso mundo inteiro!


Saudações Gonçalvinas,

Dilercy Adler

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

ROTEIRO DA UBE/RN, COM A PRESENÇA DO ESCRITOR CUBANO - FÉLIX CONTRERAS.

EDUARDO ANTONIO GOSSON 
FÉLIX CONTRERAS 
HORÁCIO PAIVA 
AUTÓGRAFOS EM 28-08 NA ANL, ÀS 19H 
Estimados Confrades e Confreiras da UBE/RN e ANL:

É com imensa alegria que convidamos Vossa Senhoria para participar da palestra - Poesia Cubana:Ontem e Hoje - com o poeta cubano Félix Conteras e lançamento do livro A TORRE AZUL do confrade Horácio Paiva.


Eduardo Antonio Gosson e Diógenes da Cunha Lima
UBE/RN ANL

PROGRAMAÇÃO

SÁBADO, 25
. O poeta chegará no vôo da TAM às 23h30 no aeroporto Internacional Augusto Severo.

DOMINGO, 26

. Almoço por adesão no restaurante Tábua de Carne da Avenida Engenheiro Roberto Freire, a partir das 12h (confirmar participação pelo e-mail poemar705@hotmail.com ou 84 - 8821 5195, até sexta-feira ao meio dia, para que possamos fazer as reservas).

SEGUNDA, 27

.Visita ao presidente da Academia Norte- Riograndense de Letras, poeta Diógenes da Cunha Lima e entrevista coletiva no seu escritório da Av. Hermes da Fonseca (a comunicar o horário).


TERÇA, 28
.palestra na ANL, às 19h: Poesia Cubana: ontem e hoje
.Saudação ao poeta Félix Contreras pelos poetas Eduardo Gosson e Lucia Helena.

QUARTA, 29
.Visita ao verde Vale em Ceará-Mirim/RN sendo recepcionado pelo Exmo. Senhor Prefeito com banda de música, repicar de sinos da Matriz de N.Sra. da Conceição (com os agradecimentos ao Pe. Bianor), visita aos engenhos: Verde-Nasce, Mucuripe e casario. Almoço oferecido pela Edilidade para 15 a 20 pessoas.(confirmar participação pelo e-mail poemar705@hotmail.com
até segunda-feira, para que possamos organizar a ida e a vinda dos Ubeanos). Previsão da nossa saída para o vale verde tipo 7: ou 7:30, para que haja tempo suficiente para cumprimento todo o roteiro em Ceará-Mirim.


QUINTA, 30
. lançamento do livro A TORRE AZUL do confrade Horácio Paiva às 18h na ANL e jantar por adesão no CAMARÕES antigo em comemoração ao aniversário de Horácio Paiva.

SEXTA, 31
.livre

SÁBADO,01
.Churrasco de Cabrito em Taipu/RN na fazenda de Horácio Paiva (a marcar o horário de saída).

DOMINGO, 02
.retorno do poeta para São Paulo”.


Organização:

União Brasileira de Escritores - UBE/RN e Academia Norte-Rio-Grandense de Letras

Apoio:
Praiamar Natal Hotel & Convention
ÁGUA DE CHEIRO - ÁGUA MINERAL CRISTALINA - PREFEITURA DE CEARÁ-MIRIM - WWW.VERSATILNEWS.COM.BR (Toinho Silveira) - WW.LIEGEBARBALHO.COM ( Liége Barbalho) E IMPRENSA ESCRITA - DIÁRIO DE NATAL - Jornalista Sérgio Villar.
TRIBUNA DO NORTE, JORNAL DE HOJE.
PADRE BIANOR
Agradecimentos a Denise e Arnaldo Pereira Gaspar, Rui Pereira Júnior e o sr. Cláudio Queiroz: Engenho Mucuripe.
Agradecimentos a Herbert Washington Júnior - Engenho Verde Nasce.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

ALFRED ASIS ABRE ESPAÇO PARA MAIS UMA ANTOLOGIA: MIL POEMAS A MIGUEL HERNANDEZ - POETA ESPANHOL.

MIL POEMAS A MIGUEL HERNANDEZ


DESPUÉS DEL ÉXITO DE LOS “MIL POEMAS A PABLO NERUDA” Y LOS “MIL POEMAS A CÉSAR VALLEJO”
LES INVITAMOS A SER PARTE DE ESTE TERCER PROYECTO MUNDIAL QUE RECORRERÁ EL MUNDO.
UNA OBRA DE AMOR, SOLIDARIDAD INCONDICIONAL PARA DAR OPORTUNIDADES A LOS EMERGENTES Y NIÑOS QUE SE INICIAN EN LAS LETRAS JUNTO A LOS CONSAGRADOS, EN UN HOMENAJE A LOS GRANDES DE LA HISTORIA.

VER RECORRIDO POR PERÚ CON CÉSAR VALLEJO:
http://youtu.be/ApIs9_0mkkI
SE ACABA EL TIEMPO, SOLO HASTA EL 31 DE AGOSTO SE RECIBIRÁN LAS OBRAS PARA EL LIBRO DE ORO A MIGUEL HERNÁNDEZ DE ESPAÑA
PUEDES ENVIAR MÁS DE UN POEMA, SIEMPRE A MIGUEL HERNÁNDEZ, SU VIDA, OBRA, VIVENCIAS, EN PROSA, VERSO, ENSAYO O NARRATIVA
Sin costo alguno, solidariamente e incondicional participación.

Abrazos
Alfred Asís
www.alfredasis.cl

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

UM TOQUE DE AMOR E FÍSICA, PODE CURAR NOSSAS DORES. NESTA PÁGINA, CRIO UM SLOGAN PARA A APRESENTAÇÃO DESSE GÊNIO DA FÍSICA QUANTUM - ANANIAS RODRIGUES CHAVES FILHO - DEDOS QUE PODEM CURAR!



ANANIAS RODRIGUES CHAVES FILHO
O nosso biografado de hoje é o Dr.Ananias Filho.

"Paraense, ele é o segundo filho de uma família de oito irmãos. Formado em Engenharia Mecânica em 1982 pela Universidade Federal do Pará (UFPA), chegou a Natal um ano após sua graduação, onde passou a desenvolver a atividade de engenharia de manutenção em equipamentos da indústria do petróleo. Nessa atividade descobriu a aplicação da Nanotecnologia nas áreas de lubrificação de equipamentos e combustão a diesel, gasolina e gás natural, o que promove um confortável aprendizado tecnológico, abrindo possibilidades de convivência com fabricantes de produtos de tecnologia de ponta. Começou a estudar terapia quântica depois de um longo período de envolvimento com a Física Quântica, matéria que sempre esteve presente em sua trajetória acadêmica. Os achados teóricos encontrados na convivência com o universo da Física Quântica, preferencialmente os relacionados com a transmissão e recepção de energia, sensações e emoções promovidas em todos os seres vivos e, em particular, o ser humano, promoveram uma busca por processos de aplicação dessas teorias de forma terapêutica. Todos os artigos e livros sobre o assunto foram fervorosamente absorvidos, o que o levou a conhecer a HOMEOSTASE QUÂNTICA DA ESSÊNCIA, terapia ainda pouco difundida, cujo principal foco é a “Limpeza Interior”. O envolvimento com o TOQUE QUÂNTICO aconteceu após seu encontro com um praticante de larga experiência. Na oportunidade, recebeu de presente, desse praticante, sua amizade e literatura de Richard Gordon específica sobre essa terapia. Aprendeu de forma autodidata, aplicando em amigos e familiares por pelo menos sete meses. Todavia, sentindo a necessidade de um entendimento pleno de suas sensações, de como controlá-las e aplicá-las, procurou a qualificação adequada com instrutor devidamente credenciado para tal, de acordo com o Quantum-Touch, Inc. CA. USA. Em 2012 foi certificado como Terapeuta Quântico, praticando essa importante terapia de forma pessoal ou à distância, e mesclando-a com as terapias HOMEOSTASE QUÂNTICA DA ESSÊNCIA (HQE) e EMOTIONAL FREEDOM TECNIQUES (EFT). O Toque Quântico é uma terapia que faz uso de energia para provocar alterações e correções quer no corpo. quer a nível emocional. O Toque Quântico eleva a frequência energética do terapeuta para níveis bastante elevados conseguindo dessa forma, resultados físicos e emocionais, sendo capaz de produzir alterações (correções) físicas impossíveis ou muito difíceis de se conseguirem com outras abordagens. Esse é um método do qual faz uso de um toque muito suave e da transmissão de energia criada pelo terapeuta/facilitador, que ativa os processos de cura da pessoa ou paciente. Suas técnicas estão focadas no despertar da consciência corporal, redimensionando o significado de corporeidade. Tocar e ser tocado torna-se uma experiência global e unificada. Sem espessura de tempo, ocorrem na duração do agora, transgredindo a espacialidade corporal e a lógica da realidade causal. Seu uso requer a aprendizagem de habilidades específicas, centradas na amplificação da energia da força vital, bem como no desbloqueio, reestruturação e blindagem do campo energético humano. Sua prática é mediada pela intersubjetividade afetiva dos praticantes durante o tratamento".


A fibromialgia e outros infratores da nossa pobre matéria, são minimizados a partir do "toque".
Que benção!

Contato: 9456 7475 - CLARO - 9966 9529 - TIM rodrigues.chaves.2@gmail.com

quinta-feira, 26 de julho de 2012

PASSEI SÓ PARA DIZER DE AFEIÇÃO, DE CARINHO E DE SAUDADES. ESTOU ANSIOSA PARA ABRAÇÁ-LO!


PEDRO SIMÕES NETO
PRESIDENTE DA ACLA
 


FESTA   DE  FLORES
Lúcia Helena Pereira


Quero uma festa de flores, olores
E um cortejo de pássaros em sinfonias.
Quero um sorriso meigo do seu olhar de anjo
E um doce beijo em minha fronte.

Quero o dobre dos sinos ecoando
E alegrando o verdejante vale.
Quero o apito do trem, "Buá" (*)
Deslizando na luz daqueles trilhos.

Quero a festa do dia 8 de dezembro
Com você cantando com os sanfoneiros
E segurando nas mãos amigas
Um singelo buquê feito só de jasmins.

Quero ver o sol na luz do seu olhar
Ouvir sua voz dizendo palavras singelas, inteligentes,
Quero dançar e ver sua alegria
Na quadrilha que passou e eu vou buscar!

Quero ver as andorinas na beira do rio D´Água Azul
E um sabiá solfejando o musical na ribalta da árvore.
Quero que fique junto e ouça, apenas, a minha canção
Porque o silêncio faz ruído em minha alma!!!


(*) Buá - como Quincas e Lebre (empregados da casa grande) chamavam o trem de Ceará-Mirim.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

DE VOLTA PRA O ACONCHEGO - ORMUZ BARBALHO SIMONETTI.

SEXTA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2012


DE VOLTA PRA O ACONCHEGO - Primeira Parte


No início deste mês recebi um convite de minha prima Marlene Barbalho, que me deixou muito feliz. Estávamos em seu alpendre na Praia da Pipa quando ela me convocou para comemorar o dia de São João na sua fazenda. Da programação festiva, previamente organizada, constava a realização de uma cavalgada que iria obedecer aos moldes das antigas visitas que meus pais, tios e avós, realizavam quando passavam os meses de junho/julho nas suas respectivas fazendas, naquela região.

Vários membros da família Barbalho/Simonetti, proprietários de terras em Goianinha que se dedicavam a atividade canavieira, escolheram a região do município de Santo Antônio do Salto da Onça, para a atividade pecuária, principalmente a criação de gado. O centro de todas essas propriedades era a Fazenda Lagoa Nova. Pertencia ao meu avô materno Odilon Barbalho, que ao falecer em 1962 deixou, para alguns de seus 11 filhos, uma parte dela. Outros herdaram propriedades menores, que ficavam em seu entorno.



Serra Caiada/RN


Boa Saúde/RN



Aquela seria uma viagem de muitas recordações. Por isso mesmo, no dia anterior, passei boa parte da noite revivendo antigas relembranças da minha infância e adolescência, quando durante as férias escolares nos meses de junho, passava com meus primos e irmãos na Fazenda Lagoa do Espinho, de propriedade de meu pai, Arnaldo Simonetti, situada também nas proximidades da Fazenda Lagoa Nova.

Pois bem, partimos de Natal, eu e minha esposa Geiza numa ensolarada manhã de domingo. Juntaram-se a nós, meu primo David Simonetti e esposa Olga, parceiro de muitas aventuras desde nossa infância nos anos 50 aqui em Natal, parte de nossa adolescência nos anos 70, no Rio de Janeiro, e novamente de volta pra nossas origens, aqui em Natal.
Segui viagem em direção ao município de Serra Caiada, antigo roteiro que fazia quando acompanhava meu pai, nos fins de semana quando para lá nos deslocávamos num “possante” Jeep Willis, ano 1959.


Chegamos a Boa Saúde, cidade que tem como padroeira Nossa Senhora da Boa Saúde, daí o seu nome. Lembrei-me que sempre fazíamos uma parada na mercearia do seu amigo Domicio. Lá ele se inteirava das novidades e encontrava outros amigos, moradores e fazendeiros na região. A demora “na pega” do inverno, o preço da arrouba de boi e a política eram os assuntos mais comentados naquela breve parada. Atravessávamos o Rio Trairi, na época ainda sem a ponte, construída na década de 70. Depois de outra parada obrigatória na fazenda Bom Pasto, onde moravam seus amigos, o casal Chicó e Dona Alice de Souza, chegávamos à fazenda Lagoa do Espinho, nosso destino.

Rio Trairi - RN

Durante o inverno, quando o Trairi descia com muita água, as famosas cheias, ficava intransponível para carros e animais. O único jeito para se atingir a outra margem e continuar a viagem era pelo “caixote”. Possidônio, antigo morador da cidade, improvisava uma caixa de madeira, que atada a cordas, presas nas duas margens sobre o rio, fazia o transporte de pessoas e mercadorias, no sistema tirolesa. As cordas eram fixadas em duas pedras nos pontos mais altos em ambos os lados do rio, e as pessoas e mercadorias eram despachadas de uma margem para outra, com relativa segurança.


Do outro lado do rio, o vaqueiro Severino Pajeba, já nos esperava com cavalos selados para fazermos o restante do percurso. Eram tempos difíceis, porém, deixaram muitas saudades.

Seguíamos em direção à fazenda Bom Pasto onde estava prevista a concentração dos participantes. A fazenda pertence ao meu sobrinho Arnaldo Simonetti, único filho de meu saudoso irmão Marcelo Simonetti, falecido prematuramente. Herdou do pai além da bondade, o gosto pelas coisas do campo, principalmente as vaquejadas.


Fazenda Bom Pasto


Ao chegar na fazenda, encontramos o que já era esperado nesse tipo de eventos. Caminhões que transportavam cavalos de locais mais distantes, estacionados em baixo das árvores, misturavam-se a cavalos arreados e prontos para a partida, num frenético vai e vem de pessoas vestidas a caráter exibindo seus trajes compostos de botas, esporas, rebenque e chapéu de couro. Debaixo de um frondoso pé de umbu, outros participavam de animada conserva em torno de uma grande mesa e se fartavam de comidas típicas da região. Não obstante a existência de outras bebidas sobre a mesa, a preferência era pela velha e boa cachaça. O tira gosto convidava e estimulava o consumo da “marvada”, pois era á base de buchada, carneiro guisado e sarapatel, além de suculentos umbus-cajá e siriguela, colhidos ali pertinho.

Fazenda Bom Pasto

Os carros, em sua maioria camionetas, também participaram conduzindo os que não tivessem montaria, ou mesmo que preferissem o conforto dos automóveis. Chamou-me a atenção, o fato de haver cavaleiros de ambos os sexos, e com idade variando entre sete e setenta anos, com a mesma alegria e disposição.

Na hora marcada, por volta do meio dia, partiu a cavalgada/carreata em direção à fazenda Lagoa do Cajá, que outrora pertenceu a meu irmão Marcelo Simonetti, primeira parada da caravana. Outro fato não escapou às minhas observações, e que me deixou muito feliz: a participação democrática e entusiasta dos moradores da redondeza. Ali estavam reunidos vaqueiros com suas humildes montarias, junto com fazendeiros e visitantes que exibiam majestosos animais tratadas a “pão-de-ló”, num mesmo propósito: manter a tradição das visitas às propriedades de parentes e amigos num clima de festa e regozijo.


Antecipei-me na partida, e fui fazer uma rápida visita a um antigo vaqueiro de meu pai, nascido e criado na nossa fazenda. Severino Pajeba, a quem já me referi, ainda mora na região, com sua esposa e alguns de seus filhos.


Fazenda Lagoa do Espinho - Serrinha/RN

Para chegar até sua morada, precisei passar por dentro da fazenda Lagoa do Espinho, de tantas recordações. Cumprindo promessa feita a meu filho Thiago, que não a conheceu, tirei algumas fotografias da fazenda. Fotografei a sede - casa grande, curral, armazém, casa do administrador e um pequeno aprisco - que ainda permanece sem nenhuma alteração, desde o tempo que foi vendida, logo após o falecimento de meu pai. Quando iniciava as fotos, lembrei-me de um verso do poema “Fazenda Santo Antonio”, onde Jorge de Altinho descreve cheio de saudades a fazenda de seu tio, que costumava freqüentar no tempo de menino.

“A tristeza me invade, quem já foi felicidade hoje é só recordação”.

... continua na próxima sexta feira.

Postado por Ormuz Barbalho Simonetti às Sexta-feira, Julho 06, 2012 Nenhum comentário: Links para esta postagem
SÁBADO, 30 DE JUNHO DE 2012


PRIMEIRAS FONTES D'ÁGUA - CACIMBAS

Tela - acrílico e bico de pena - Levi Bulhões

Na Pipa daquela época, tanto a água para beber quanto para os gastos domésticos era retirada das chamadas “cacimbas”. Essas fontes nada mais eram que olhos d’água localizados próximo ao mar; afloravam da terra. As pessoas cavavam em círculos e ampliavam a área de captação da água. Como ficava exposta, e era comum ser utilizada por animais, a água destinada para beber tinha que ser retirada com cuidados especiais.

Posteriormente, as cacimbas foram cavadas em locais previamente determinados, geralmente nos quintais das casas. Esse outro tipo de cacimba, mais moderno, constituía-se de um buraco escavado no chão, com largura variando entre 70cm e 1m. Era então revestida com tijolos até a borda, geralmente ficava acima do solo e era coberta com uma tampa de madeira. Como o lençol freático naquela área era muito superficial (e ainda hoje o é), ao perfurar de dois a três metros o solo, já se podia encontrar água abundante e de boa qualidade.

A água retirada das cacimbas era transportada em cabaças, potes ou galões para as casas. A primeira, lagenaria siceraria, tinha diversas utilidades ligadas ao uso da água. As cabaças tinham tamanhos e formas diversificados, dependendo da variedade e do momento da colheita. Servia para transportar água, roupas após a lavagem; como vasilha nas refeições, pratos, copos e cuias para retirar alimentos; como moringa, acondicionando água para os trabalhadores que iam para os roçados, pescadores, quando se aventuravam no mar adentro, e, principalmente, por viajantes, nos seus deslocamentos, geralmente feitos a pé, para Vila Flor, Goianinha, Ares, Barra de Cunhaú etc. Além disso, essas cabaças serviam também como instrumentos musicais.

Os potes e galões, por serem menores e bem mais maneiros, eram conduzidos na cabeça das mulheres, apoiados em uma rodilha, nome dado a um pano que depois de bem torcido é enrolado em círculo. A rodilha tem a função de evitar o incômodo contato direto do fundo do pote com a cabeça de quem o transporta, além de melhorar o equilíbrio do mesmo. Tornou-se comum em nossa região o ditado: “Quem não pode com o pote, não pega na rodilha”. Isso significa dizer que o indivíduo que não pode assumir determinado compromisso ou realizar alguma tarefa não deve se comprometer, pois, com os mesmos.

O galão, ainda hoje muito utilizado para transportar água nas cidades do interior do Nordeste, era feito com duas latas de 20 litros cada. Essas latas chegavam à praia trazidas pelos comerciantes que vendiam o querosene. Ainda hoje, lembro-me da única logomarca, Esso Jacaré. Este produto era utilizado para a iluminação das casas, abastecendo lamparinas, candeeiros e lampiões. Tempos depois, utilizou-se o óleo diesel, popularmente chamado de “gás óleo”.

As latas eram presas por cordas de agave (sisal) a um barrote de madeira. O transportador o carregava depois de bem dividir em seu ombro os quarenta litros de água que comportava o galão. Essa água era colocada em jarras de barro que ficavam localizadas nas cozinhas, para o preparo dos alimentos, lavagem de pratos etc.

A água destinada ao consumo dos moradores era colocada em potes e quartinhas, e estas, por serem menores, eram geralmente colocadas nas janelas para que, em contato com o vento, esfriassem a água armazenada nelas.

Os utensílios de barro, como jarras, potes, quartinhas, pratos e panelas, eram todos adquiridos nas feiras de Vila Flor, Canguaretama e Goianinha. Essas peças eram feitas de um tipo de barro especial, denominado “barro de louça”, que não existia nas regiões próximas ao mar.

Antes de a água ser colocada nas jarras, amarrava-se na “boca” das mesmas um pano muito fino, geralmente feito de morim. Esse pano ou coador, como também era conhecido, servia para evitar a entrada de pequenas raízes de árvores próximas das cacimbas, assim como também algumas impurezas que o tal pano conseguisse reter. Colocavam-se, dentro delas, algumas pedras de enxofre para evitar o aparecimento de “martelos”, como regionalmente conhecemos as larvas de mosquitos.

Jarras de cerâmica e seus guardiões - Faz. Lagoa Nova
Foram essas jarras nossas primeiras geladeiras. No “pé” da jarra, eram depositadas: frutas, verduras e raízes que eram consumidas durante a semana. Devido à umidade existente nesses locais, os alimentos se conservavam saudáveis por mais tempo, não obstante à companhia de algum teimoso sapo cururu. Esse indesejável inquilino que, sem qualquer cerimônia, instalava-se ali, junto aos alimentos, para aproveitar aquele friozinho durante o dia. À noite, aventurava-se em volta de lampiões, candeeiros e lamparinas, à cata de algumas desprevenidas mariposas.

As mais famosas cacimbas da Praia da Pipa eram a Cacimba do Comum, localizada ao lado da atual igreja onde hoje é a casa que pertenceu a Maria Gadelha, e a Cacimba de Zé de Tereza, onde hoje é o restaurante Peixada da Pipa e a Cacimba de Vicência Torres, onde fica a casa de Honório Grilo. Outra cacimba famosa era a Cacimba do Beco da Peixeira, considerada “assombrada”. Esse beco era uma passagem que existia próximo à casa que hoje pertence a Luiz Carvalho. Estórias passadas de pai para filho diziam que as pessoas evitavam passar à noite nesse beco, pois ouviam saindo da tal cacimba o som de músicas ou de pessoas cantando.

Com a chegada da água encanada, em abril de 1983, as cacimbas foram aos poucos sendo desativadas. Algumas, depois de anos fornecendo de suas entranhas água doce e saudável, tiveram destino menos nobre, mas de extrema importância – foram transformadas em fossas sépticas, e continuaram servindo à saúde da comunidade.