JUVENAL ANTUNES
SONETO DE UMA MÁGOA DE LAURA
(Repartindo com o sobrinho Vicente Ignácio Pereira (*)
Pobre de mim, porque já não me amas
E mais vontade de possuir - te eu tenho!
E, assim, das chamas do desejo venho
E caio do desejo noutras chamas!
Carregarei, contudo, este meu lenho
Com a paciência que mesmo tu proclamas
Porque, vencendo oposição e tramas,
Ganharei o combate em que me empenho!
Hei de, afinal, qual mísero banido
Que volta ao pátrio solo estremecido
Cingir - te nos meus braços novamente!
E ao cume das delícias transportado
Esquecerei o teu rigor passado
Que me pungiu tão dolorosamente!
(*) DOS MANUSCRITOS DEIXADOS POR TIO JUVENAL
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