N.SRA. DA CONCEIÇÃO, EM DIA DE FESTA, CARREGADA EM SEU ANDOR, PARA PERCORRER AS RUAS DA CIDADEZINHA ONDE NASCI. TÃO LINDA, CHEIA DE SUAVIDADE, PARECIA SORRIR!!!
MEU PAI, MINHA MÃE E AS CINCO FILHAS - (A SEGUNDA DE CIMA PRA BAIXO, É IRMÃ DA MINHA MÃE, CRIADA POR ELA, APÓS SUA ORFANDADE).
LEMBRO-ME DESSA SALA, DO VITRAL DA PORTA QUE EU, PEQUENINA, NÃO SABIA DISTINGUIR A COR: SE GELO OU DE UM VERDE CLARINHO. PARECE-ME, ATÉ HOJE, OUVIR AQUELE RÁDIO COM MÓVEL, QUE PAPAI LIGAVA LOGO CEDO.
NO MESMO AMBIENTE, O CONSOLE COM PEÇAS DECORATIVAS, FOTOGRAFIAS NAS PAREDES, O PIANO DE CAUDA DO LADO ESQUERDO DA SALA, OS SOFÁS, O TAPETE MARAVILHOSO...
O RIO ÁGUA AZUL, COM SUAS ÁGUAS MORNAS, BEIJANDO O CANAVIAL E, ATÉ HOJE, CORRENDO EM MINHAS SAUDADES...
As coisas imprevisíveis sempre me chegam, como hoje bem cedo, antes das seis da manhã, quando uma prima de quem muito gosto me telefonou, já na calçada do prédio onde moro e e anunciou: "vou ao vale, resolvi há pouco, vamos? a gente toma café por lá"...
Na estrada, mesmo com os vidros do carro fechados, eu sentia os aromas da linda manhã. As árvores perfilando os caminhos; aqui e ali uma acácia amarela; vez ou outra, aparecendo como vagalumes, lá estavam as palmeiras abanando-se com seus longos leques verdes.
Quanta emoção e nostalgia nessa viagem intempestiva, como tantas outras que já fiz, levando-me a instantes de rara beleza, transportando-me a um mundo distante e tão próximo. Um mundo puro, sem dores ou preocupações, sem angústias...
Passeamos pela cidadezinha lobateana, um mundo imerso em história contando coisas ao nosso ouvido. A minha prima entrou numa rua por trás do cemitério e em poucos instantes resolveu o seu "assunto" (que não me interessou).
Depois voltamos à rua principal. Lá estava o Solar Antunes com sua fachada imponente, testemunha de uma cena silenciosa e evocativa, que guardo, no repouso das coisas que respeito, e cultuo, porque pertenceram aos que vieram antes de mim.
Uma viagem breve, eu sabia, sem passarmos pelos engenhos (ou lugares que existiram sem resistirem aos tempos) transformados em escombros...
Entramos no mercado e tomamos "café pingado" com pão assado e pamonha. E trouxemos brote e tapioca molhada no coco (uma cena que reportou-me à última viagem de Enélio Petrovich com Miriam ao vale verde, com várias escritoras, e paramos, já de noite, no mercado e comemos as mais deliciosas tapiocas)!
Fico por aqui aguardando mais uma ida ao vale verde, meu santuário sagrado, templo de minhas mais gratas recordações.
Neste momento agradeço a Deus. Parece que há uma janela eternamente aberta diante dos meus olhos. É por ela que eu contemplo, a cada dia, a hora litúrgica em que os meus pensamentos rezam,
Amém!
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